No passado dia 23 de junho, o Núcleo da Lixa da Liga dos Combatentes assinalou o nono aniversário da sua fundação com a presença de uma delegação da Direção Central da LC, constituída pelo Presidente General Chito Rodrigues e pelos vogais TCor Pires Martins e Arq. Eduardo Varandas. O programa tal como estava delineado iniciou-se com a celebração da Eucaristia, na Igreja Matriz da Lixa, em memória dos combatentes falecidos, celebrada pelo Padre Joaquim Carneiro. Durante a homilia o celebrante aludiu à figura de São João Batista, realçando a afinidade parental entre sua mãe Santa Isabel e Maria Mãe de Jesus.
Durante o ofertório num gesto carregado de grande simbolismo um grupo de antigos combatentes ofereceu ao altar alguns objetos que fizeram parte da sua vida militar, como um aerograma, camuflado, a boina, etc. Os cânticos litúrgicos estiveram a cargo do Coro do Núcleo da Liga, orientado pelo Maestro Sargento-Ajudante Moreira, que primou a sua atuação pela alta qualidade interpretativa, merecendo, por isso, no final da celebração, palavras elogiosas do Reverendo Joaquim Carneiro. A cerimónia religiosa terminou com a entoação do Hino da Liga. Posteriormente, a partir da Igreja Matriz, os combatentes e suas famílias, as entidades convidadas e o público em geral, seguiram em cortejo até ao Monumento localizado na Praça Dr. José Joaquim Coimbra, integrando também várias associações locais, Grupo de Escuteiros de Santão, Núcleos da Liga (Matosinhos, Porto, Penafiel, Ribeirão, Marco de Canavezes e Vila Meã), acompanhados pelos acordes da Banda Musical da Lixa. No local do Monumento foi descerrada uma lápide evocativa do centenário da Grande Guerra, tendo sido proferida, nesse ato simbólico, uma prece pelo Padre Joaquim Carneiro. De seguida usaram da palavra o Presidente do Núcleo aniversariante, o Presidente da LC e o Presidente da Edilidade Felgueirense.
O Presidente do Núcleo, Sr. José Lopes de Magalhães, referindo-se aos Combatentes, a dado passo da sua intervenção, disse que “somos o que vivemos e o que a nossa memória nos consente”, para terminar sugeriu ao Presidente da Câmara Municipal, ali presente, que a toponímia do lugar passasse, doravante, a ostentar o nome de Rua dos Combatentes do Ultramar. O Presidente da Liga, General Chito Rodrigues, começou por felicitar o Presidente do Núcleo pelo trabalho realizado, realçando o caráter apartidário da Instituição Liga dos Combatentes que se bate pela promoção da história, dos seus símbolos, honra aos seus mortos, a promoção dos valores superiores do País e a prática da solidariedade aos que mais precisam. A dado passo da sua alocução citou Fernando Pessoa que ao considerar o homem um ser complexo dizia que em cada português há muitos portugueses e também Miguel Torga para afirmar que Portugal é um pedaço de terra, pedaço de terra esse que tem sempre sido defendido pelos combatentes. Mais adiante frisou que não houve século da nossa história em que as Forças Armadas não fossem chamadas a defender Portugal, integradas pelos seus combatentes. Terminou o seu improviso referindo que a Liga dos Combatentes se irá bater pela revisão da Lei 3/2009 no sentido de ser reposta a equidade consagrada na Lei 9/2002 e pela mesma razão, diligenciará pela dignificação das pensões dos combatentes carenciados, para que sejam equiparadas ao salário mínimo nacional.
Por último o Presidente do Município, Sr. Nuno Fonseca, aludindo à sugestão do primeiro interveniente, começou por referir que todos os detentores de cargos públicos devem assumir as suas responsabilidades, enaltecendo os combatentes que lutaram pelas suas terras e por Portugal e lançando também o repto para que as próximas cerimónias deste género sejam organizadas em conjunto com a Autarquia, uma vez que o aniversário da elevação da Lixa a cidade coincide com o dia do Núcleo.
Depois das aludidas intervenções procedeu-se à distribuição de diplomas a novos sócios no âmbito do Programa Passagem do Testemunho dos Avós aos Netos, à atribuição de medalhas comemorativas das campanhas a combatentes que fizeram as suas comissões de serviço em Moçambique, Guiné e Angola. Seguidamente entoou-se o Hino da Liga, posto que se procedeu à deposição de coroas de flores, junto do Monumento e aos toques de silêncio, seguido de um minuto de silêncio, e de alvorada por um Terno de Clarins. Finalmente foi entoado o Hino Nacional pela Banda Musical da Lixa, acompanhada por todos os presentes.
Marcaram presença nesta cerimónia, para além dos elementos da Direção Central da LC, representantes dos Núcleos da LC e do Presidente do Executivo Municipal, já referenciados, várias entidades civis e militares do concelho de Felgueiras, designadamente, o Prof. Edgar Pinto representante da Assembleia Municipal, Vereadores, Comandante do Posto da GNR da Lixa, Comandante dos Bombeiros Voluntários da Lixa, Presidentes da União de Freguesias de Vila Cova da Lixa e Borba de Bodim, demais juntas de freguesia concelhias, Prof. Carlos Costa (autor do projeto do monumento), representante da Associação de Combatentes de Castelo de Paiva e representantes das Associações locais.
Terminadas as cerimónias protocolares teve lugar um almoço convívio, num restaurante na Freguesia de Trovoada. As cerimónias militares de homenagem aos mortos foram prestadas por uma Força Militar do Regimento de Transmissões e pelo Terno de Clarins das Bandas e Fanfarras do Exército, que muito dignificaram a cerimónia.
Eduardo Varandos dos Santos
Vogal da DC

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