Núcleo do Porto – Visita Cultural a Miranda do Douro

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“POR TERRAS DO MIRANDUM”
Cumprindo o plano de atividades a Direção do Núcleo do Porto da Liga dos Combatentes, planeou, coordenou e executou uma visita à cidade de Miranda do Douro, em 05 de julho de 2023. A escassez de autocarros e condutores que assola a região norte do País nesta época do ano, impediu o Núcleo de dar resposta a todos quantos se quiseram associar a este evento. Fica prometida nova viagem no futuro próximo.
O toque de alvorada foi mais cedo para possibilitar a concentração de sócios, familiares e amigos na sede do Núcleo, Palacete Visconde Pereira Machado, responder à chamada e embarcar antes das 07:30, hora a que se iniciou a viagem com destino ao Burgo velho de Miranda do Douro.
O relógio da Sé Catedral da diocese de Bragança e Mirando do Douro dava a última badalada após os primeiros combatentes terem entrado no Edifício da Câmara Municipal de Miranda do Douro (CMMDD), onde foram excelsamente recebidos, no Salão Nobre, pela Dra. Helena Barril, presidente da edilidade e mirandesa de gema, que nos dirigiu palavras calorosas de boas-vindas, nos adoçou a boca e aconchegou o estomago com bola doce e nos mimou com lembranças culturais, instigando a vontade de uma futura visita mais prolongada ao concelho.
Acavalamos novamente no autocarro que nos aguardava no largo da Sé Catedral e demandamos na procura de aventura no cais do parque náutico do Douro Internacional onde, embarcamos no cruzeiro no Douro Internacional e podemos desfrutar e contemplar a fauna, a flora e a biodiversidade do maior, mais alto e mais profundo canhão da Península Ibérica, no qual a maior diferença de cotas é de 300 metros. Durante uma hora vivemos num mundo à parte, onde o silêncio impera, onde a influência humana é mínima e o habitat natural é preservado e defendido.
O barco atracou, desembarcamos de forma ordeira, observamos a biodiversidade ao microscópio e degustamos, em jeito de aperitivo, um vinho generoso branco ou tinto, conforme as preferências de cada um, que corria na modalidade self-service diretamente do pipo. O programa mandava avançar até ao restaurante Mirandês, onde as alheiras, as chouriças, o pão, a sopa, a posta mirandesa, os legumes, as saladas, a sobremesa, o café e para os que quiseram o respetivo “cheirinho”, foram servidos paulatinamente, sem interrupção e saboreados, sem pressa, em amena cavaqueira, com relatos que apelaram as memórias dos tempos do pretérito perfeito… Demos por nós e eram 15:30. Nada melhor do que uma passeata a pé pelo Centro Histórico do Burgo Velho, para iniciar a digestão, comentada pelo Sr. Domingos, elemento do turismo da CMMDD, que nos conduziu das ruinas do Castelo, que ficou no estado de ruína devido à explosão do paiol, há 261 anos, em a 08 de maio de 1762, durante a Guerra dos Sete anos – Guerra do Mirandum – que não só destruiu o castelo como soterrou mais de 500 pessoas entre militares e civis, que estavam sitiados no seu interior por tropas de Leão e Castela. De seguida percorremos a muralha Pré-Românica de Miranda do Douro e entrarmos pela porta e torre de defesa principal da cidade que desembocava na rua mais antiga, rua da Costanilha, e desta a Praça D João III, rei responsável pela Carta de Foral que em 1545 permitiu à então vila ascender a cidade, dada a importância geoestratégica e tática desta cidade, para defender o reino das investidas de Leão de Castela. Terminamos na Sé Catedral, na qual a sapiência do Senhor Domingos permitiu conhecer, as peripécias associadas a transferência da sede da Diocese de Miranda para Bragança, bem como do menino Jesus da Cartolinha, entre outras.
O tempo voava e dirigimo-nos para o jardim do antigo Paço Episcopal, onde recebemos o grupo de pauliteiros da Associação Mirandanças, que nos presenteou com uma atuação multifacetada e variada, em exclusivo e fortemente aplaudida por todos os presentes. Seguiram-se fotos de grupo nas escadarias de acesso à Sé Catedral com os pauliteiros, gaiteiro, caixeiro, bombeiro e porta-guião que fizeram o gaudio de uns dos outros, numa simbiose de admiração e respeito mútuo.
Antes da partida ainda houve tempo para comprar produtos tradicionais, nomeadamente Bola Doce, Mel, Alheiras, miolo de Noz e de Amêndoa, que são os ex-libris do planalto Mirandês.
Na hora da despedida a certeza de um dia inolvidável que permanecerá na memória de todos os que disfrutaram desta oportunidade, fazendo jus as conversas de aprovação e agrado ao longo da jornada. Deixamos uma palavra amiga de agradecimento pelo contributo e apoio à realização do evento, nomeadamente a CMMDD que facilitou a visita e à Senhora Presidente pela amabilidade da receção e sábias palavras que nos dirigiu, à junta de freguesia do Bonfim, que nos facilitou o transporte, à associação Mirandanças, pela extraordinária exibição dos pauliteiros, ao restaurante Mirandês, na pessoa do Sr. Miguel e de Todos os que há longos anos servem nessa casa pela forma “farta” como fomos servidos, a amiga Iveta Galhardo por agilizar a compra dos produtos regionais, a todos quantos participaram e, acima de tudo, a todos os que de forma anónima estiveram envolvidos no planeamento e na organização.

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