Com iniciativa da Junta de Freguesia de Valongo e apoio da Câmara Municipal foi inaugurado no passado dia 15 de maio de 2021, na Rotunda 1.º de Maio, em Valongo, o Monumento aos Combatentes do Ultramar, da autoria do Arquiteto Carlos Fazenda.
Estiveram presentes nesta cerimónia de inauguração o ministro de Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, a Secretária de Estado dos Recursos Humanos e Antigos Combatentes, Catarina Sarmento e Castro, o Presidente da Câmara Municipal de Valongo, José Manuel Ribeiro, o Presidente da Junta de Freguesia de Valongo, Ivo Vale Neves, o Presidente da Liga dos Combatentes, Tenente-General Joaquim Chito Rodrigues, membros da Liga dos Combatentes, antigos combatentes, entidades civis e militares. No monumento, em forma de prisma triangular, estão gravados os nomes dos 26 militares naturais do concelho de Valongo que perderam a vida na guerra do ultramar.
No uso da palavra, o presidente da Junta de Freguesia, Ivo Neves, afirmou que desde o início das suas funções um dos desejos era o de erigir um monumento aos combatentes do concelho de Valongo. Ivo Neves afirmou que o seu executivo vai aprovar uma medida que isenta os antigos combatentes em 50% nas taxas a cargo da Junta de Freguesia.
José Manuel Ribeiro, presidente da CM de Valongo, disse que: “Esta é uma bela iniciativa da Junta de Freguesia de Valongo, que conta com o apoio da autarquia. Além dos combatentes não nos podemos esquecer das mulheres, das namoradas, das filhas dos ex-combatentes, mas hoje, o momento é uma homenagem aos ex-combatentes que não tiveram alternativa e foram chamados a defender o território e nós só somos país porque temos território, temos língua, um sentido comum. Foram cumprir uma missão e ao longo destes anos fomos sabendo homenagear, distinguir e reconhecer. Só somos e estamos bem connosco quando sabemos distinguir, quando não estamos disponíveis para apagar a memória e não devemos apagá-la mesmo que essa memória seja incómoda”.
O Ministro da Defesa, João Gomes Cravinho, afirmou que: “Estamos perante homens que arriscaram a sua própria vida por terem recebido ordens e por não terem escolha. O nosso dever de memória é maior quando estamos perante combatentes que perderam a vida ou regressaram feridos, estropiados. Temos o dever de honrar o serviço de todos os ex-combatentes e aos caídos em combate. Este dever sobrepõe-se e torna irrelevante o juízo que cada um faz sobre a guerra. Com o passar dos anos avoluma-se o sentimento desta ser uma guerra inglória e desnecessária, mas não estamos
reunidos num colóquio de historiadores para refletir sobre o significado histórico dos anos de guerra durante a ditadura. O nosso propósito é o de homenagear os homens simples”.
O Tenente-General Joaquim Chito Rodrigues, presidente da Liga dos Combatentes, louvou a iniciativa da Junta de Freguesia e da Câmara Municipal de Valongo, enalteceu o Estatuto do Antigo Combatente que entrou em vigor no dia 1 de setembro de 2020, e que aumentou “o valor dos complementos especiais de pensão aí referidos de 3,5% para 7% do valor da pensão”. “Quer a Liga dos combatentes quer as Associações dos combatentes têm lutado para que os governos apoiem os que mais necessitam, na saúde e noutros domínios. Passados 47 anos, com o ministro João Gomes Cravinho
é possível aos combatentes verem aprovado na Assembleia da República a publicação de um estatuto que pela primeira vez reconhece o sacrifício de 13 anos de guerra daqueles que se bateram por determinação do poder político, então, considerado constitucional. E temos um estatuto que reconhece o sacrifício, do sofrimento das famílias e do luto”.

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