Núcleo de Mourão – Inauguração de exposições na Galeria Municipal de Mourão

1
251
No último dia 11 de abril, foram inauguradas duas exposições simultâneas sobre a Revolução do 25 de Abril de 1974 e a Guerra do Ultramar (1961-1974) na Galeria Municipal de Mourão, numa parceria entre o Núcleo de Mourão da Liga dos Combatentes e a Câmara Municipal de Mourão.
A inauguração contou com a presença do Presidente do Município de Mourão, João Fortes, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Mourão, Fábio Quintas, membros da Direção do Núcleo de Mourão da Liga dos Combatentes, colaboradores do Município, Sócios do Núcleo e Combatentes do Ultramar. 
As exposições apresentadas conjugam dois períodos históricos decisivamente marcantes na vida de Portugal e dos Combatentes. Por um lado, a Exposição «25 de abril’74 – Liga dos Combatentes. Revolução | Liberdade | Democracia» dá a conhecer o impacto revolucionário na vida associativa da Liga dos Combatentes, elucidando o visitante para a atuação do Estado Novo sobre a instituição, o contexto de Guerra no Ultramar que desencadeia a Revolução, o processo de democratização interno e reconhecimento dos Homens da Guerra, bem como o impacto da descolonização de Angola e Moçambique. Por outro, a Exposição Fotográfica «Guerra do Ultramar, 1961-1974» é uma mostra fotográfica que retrata memórias e vivências dos Homens e Mulheres que serviram Portugal em África, nos três ramos das Forças Armadas, durante o conflito ultramarino.
As exposições podem ser visitadas até ao dia 11 de maio na Galeria Municipal de Mourão (Rua Doutor Joaquim José Vasconcelos Gusmão).
A Liga dos Combatentes e o Núcleo de Mourão agradecem o apoio da Câmara Municipal de Mourão na concretização da apresentação desta iniciativa cultural.
Fotografias: Município de Mourão

1 COMENTÁRIO

  1. Companhia de Caçadores 176 aquartelados em Mocuba, província da Zambézia Moçambique de 1961 a 1964. Batalhão 161 e departamento móvel de intendência 341.
    Militares e o processo de descolonização Portuguesa em África

    Reflexão e Meditação:
    Não podendo abranger todos os factos que aconteceram ao longo destes 51 anos de existência sobre a revolução de 25 de Abril de 1974, contudo, imagino que o reproduzido nestas páginas transmite, a quem as desejar ler, uma imagem global da sua história, principalmente para o conhecimento das novas gerações que poderão assim envolver-se com o conhecimento autêntico do passado.

    Historial do processo de descolonização Portuguesa em África executado pelo exército Português. A descolonização dos ex-territórios ultramarinos então sob administração Portuguesa que tem assumido até hoje um dos aspetos centrais da política Portuguesa, isto somente após a revolta militar do 25 de abril de 1974.
    Nesse sentido, a principal finalidade concentrou-se, no aprofundamento do conhecimento, sobre os contornos que envolveram a descolonização, e em particular, o papel por interesse pessoal que os próprios militares tiveram em todo o contexto político, caracterizando então o modelo português de descolonização, que deu origem á sua total independência.
    Este tema nunca foi tratado pelas autoridades políticas Nacionais e porquê?
    Existindo conhecimento pessoal e informal, de que ainda se encontram centenas ou talvez milhares de compatriotas vivos, que prestaram serviço militar obrigatório nas ex-colónias ultramarinas, alguns dos quais hoje até são chamados sem-abrigo, pois dormem nas ruas, passam fome, estão psicologicamente doentes, muitos até sofrem de stresse pós-traumático, sem lhe ser concedido apoio de qualquer espécie.
    O que é que o Estado Português representado por Militares e Políticos depois de servidos os seus interesses e objetivos nos deram em troca?
    Falta de apoio em todos os sentidos… M I S É R I A.
    Isto nos dias de hoje é altamente vergonhoso para o Estado Português, mas não para aqueles que se intitulam políticos.
    Multiplicam-se na internet grupos e associações, que tentam cativar estes homens denominados por ex-combatentes, mas sempre com segundas intenções. Isto acontece normalmente quando há eleições, para assim lhes conquistarem os seus votos, mas logo em seguida, caiem em esquecimento, e nada lhes é concedido.
    Entretanto, a miséria de alguns como seres humanos continua.
    Festejam-se os dias de Portugal e das Comunidades Portuguesas a 10 de Junho de cada ano civil (…), e o dia do combatente um pouco por todo o lado, sempre com a presença e representação de muitas autoridades Nacionais, como: Chefe do Estado, Ministros, altas patentes das forças armadas, da marinha, polícias, presidentes de câmara, autoridades eclesiásticas, flores, fanfarras musicais, discursos de ocasião, e por vezes até atribuem algumas medalhas, alegam que é em honra dos mortos que foram lutadores combatentes. No entanto os corpos de muitos ex-combatentes que estiveram ao serviço da Pátria e que tombaram no campo da batalha foram deliberadamente esquecidos, alguns desde há 64 anos ainda se encontram por transladar.
    Numerosas viúvas e órfãos continuam por indemnizar, muitos tornaram-se deficientes e estão na miséria sem apoio de qualquer espécie (…) psicológico, humanitário, monetário, etc;(…) em nome do mesmo Estado que sem qualquer consulta os obrigou a participar naquela guerra civil. Alguns vivem de esmolas da caridade, enquanto outros, internados em lares psiquiátricos ou de idosos, vivendo na antecâmara da morte e esperando que o óbito os vá buscar. Isto ainda acontece em Portugal somente por falta de coragem e vontade política. A política em Portugal é só para alguns, sobretudo para os Chicos espertos, estes são figuras que abundam na sociedade Portuguesa, esta habilidosa astúcia é avaliada por nós ex-combatentes como desumana para se servirem do seu semelhante mais fraco.
    Uma vez que os políticos já criaram e aprovaram na Assembleia da República subvenções vitalícias para quem prestou serviços relevantes ao País, pergunta-se então porque não são incluídos também todos os ex-combatentes?
    Sobretudo aqueles que ainda se encontram vivos, motivando assim ainda alguma força anímica nos seus últimos dias de vida, podendo ainda recordar os sonhos e alegria de viverem mais algum tempo com a dignidade que todos nós merecemos. Derroguem, anulem a lei do miserável complemento dos 3,5 % da pensão social, (870€ x 3,5% = 30.45 €) e alterem o montante para um valor condigno que anualmente concedem aos Antigos Combatentes que obrigatoriamente ali combateram por coação imposta pela força política do Estado de então, servimos a Pátria em condições especiais de perigo e dificuldade.
    Lei 9/2002 de 11 de fevereiro feita á medida pelo então Ministro do Estado e da Defesa Nacional (Paulo Portas) que nos termos da
    mesma, ele considerou atribuir um Complemento Especial de 3,5 % da Pensão social. Complemento este chamado pelo Ministro o primeiro grande esforço do Estado, para reconhecer os antigos combatentes.
    Não queremos mendigar esmolas, mas sim ambicionamos o reconhecimento oficial ratificado por todas as instituições do Estado Português, o estatuto de ex-combatente Nacional, com as regalias intrínsecas dos políticos pelos nossos serviços já prestados á Nação, e que nenhum ex-combatente tenha um vencimento de miséria como atualmente acontece.
    Infelizmente sabemos de antemão, que confrontado com esta triste realidade, os Portugueses governantes e maus políticos, encolhem os ombros, confundindo o verdadeiro interesse público e gerindo a situação em prol de si próprios e dos seus seguidores, não lhe interessando o património cultural do seu povo, e não querendo exigir ao Estado da qual eles são os primeiros responsáveis, pela falta de cumprimento da dívida que foi contraída com estas obrigações. Estas conclusões realistas deveriam cobrir todos os políticos de vergonha.
    Fazendo uma reflexão mais aprofundada, sugiro, que se forme uma concertação social, cuja atividade se basei na promoção do diálogo concertado com o Governo e Ministro das Forças Armadas Portuguesas, com vista à celebração de novos acordos relativamente a introduzir uma alteração ao valor monetário das políticas do Complemento Especial da Pensão social.

    Luís Mota soldado 88/61

    Formação: Rádio técnico, Tempos e Métodos de trabalho, Gestão e Organização Empresarial, Higiene Segurança e Saúde no trabalho. Auditor de Qualidade e Franchising.
    Situação atual: Aposentado.
    Desde o início de 1974 até ao ano 2000, exerci a função de Diretor de produção da Empresa Multinacional “VISHAY Eletrônica de Portugal” com 1230 trabalhadores em Vila Nova de Famalicão.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui