Enquadrada pelo Monumento aos Mortos do Ultramar, em Lisboa, decorreu em 29 de maio a cerimónia comemorativa do Dia das Operações de Paz e Humanitárias, na qual é evocado o serviço militar pela Paz e são homenageados os militares portugueses e elementos das forças de segurança falecidos no âmbito das missões internacionais levadas a cabo pela ONU, NATO e UE.
A cerimónia foi presidida pelo Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas, General Nunes da Fonseca, e contou com a presença de dezenas de altas entidades como o Secretário de Estado Adjunto e da Defesa Nacional Álvaro Castelo-Branco, o Diretor Nacional da PSP, Superintendente-chefe Luís Carrilho, o 2.º Comandante-geral da GNR, Tenente-general Paulo Silvério, o Presidente da Liga dos Combatentes (LC), Tenente-general Chito Rodrigues, e outros representantes dos três ramos das Forças Armadas, adidos, associações de militares e de Combatentes, Núcleos e Porta-guiões da LC e instituições convidadas. Após serem prestadas as Honras Militares, foi executada uma salva de dezanove tiros por uma unidade naval surta no Rio Tejo e o Estandarte Nacional da LC integrado na formatura enquanto era entoado o Hino Nacional.
Os discursos do dia ficaram a cargo do Presidente da LC, do orador convidado Tenente-general Francisco Xavier Ferreira de Sousa (Sócio Combatente n.º 160.851) e do Chefe do Estado-Maior-General das Forças Armadas. Aproveitando a evocação dos 80 anos do fim da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) no mês de maio, as palavras iniciais do Presidente da LC focaram o papel da instituição em prol dos Combatentes desse período, salientando que, apesar de Portugal assumir uma posição de neutralidade no conflito, milhares de portugueses foram mobilizados em Forças Expedicionárias para as ilhas e territórios ultramarinos nacionais, desde os Açores até Timor – um facto pouco reconhecido publicamente. A estes Expedicionários, e também aos Combatentes da Grande Guerra refugiados dos países aliados, a LC não deixou de cumprir a sua missão de solidariedade, apoio mútuo e reconhecimento, nomeadamente a partir de 11 de novembro de 1960, com a publicação da Portaria n.º 18.053 de alteração ao Estatuto d que criou a nova categoria de Sócios Expedicionários, e a instituição fundada como Liga dos Combatentes da Grande Guerra assume a designação de Liga dos Combatentes. Neste sentido, o Presidente da LC declara que “Faz para nós, pois, todo o sentido, que à homenagem e evocação dos Combatentes das Forças Nacionais Destacadas que hoje se batem ou bateram nas Operações de Paz e Humanitárias, passemos a juntar a homenagem aos milhares de Homens que compuseram as Forças Expedicionárias na Segunda Guerra Mundial e têm sido esquecidos.”
Seguidamente, procedeu-se à imposição de condecorações a entidades, em reconhecimento pelas suas ações em defesa dos Combatentes e da LC. A Medalha de Honra ao Mérito (grau Ouro) foi atribuída ao Presidente da Câmara Municipal do Sardoal, António Borges, ao antigo Presidente da Câmara Municipal de Mação, Vasco Estrela, ao antigo Presidente do Núcleo de Portalegre da LC, António Janeiro, ao Sócio Combatente do Núcleo do Seixal da LC, Coronel Paulo Gonçalves, e ao antigo Presidente do Núcleo de Santa Margarida da LC, Coronel António Falcão. A Medalha de Honra ao Mérito (grau Prata) foi imposta ao Vereador da Câmara Municipal de Penafiel, Rodrigo dos Santos Lopes, e ao Chefe da Secção de Finanças e Contabilidade da Direção Central da LC, Alberto Gonçalves. Foram condecorados com a Medalha de Bons Serviços da LC (grau prata) o Vogal do Núcleo de Loures, Tenente-coronel José Correia André, e os membros da Direção do Núcleo de Moura, Sargento-chefe Francisco dos Santos Oliveira, Primeiro-sargento Marcolino Santa Maria e José Caixeirinho Rosa.
Terminadas as condecorações, o Presidente da Assembleia-geral da LC, General Artur Neves Pina Monteiro, e o Presidente do Conselho Supremo, Professor Doutor Luís Aires Botelho Moniz de Sousa, entregaram o Diploma de Sócio Honorário da instituição ao Sócio Combatente n.º 94.822 e Presidente da LC, Tenente-general Joaquim Chito Rodrigues.
Em seguida, deu-se início ao desfile das forças em parada que incluíram uma companhia conjunta das Forças Armadas (um pelotão da Marinha, do Exército e da Força Aérea) e um pelotão da GNR e outro da PSP. A homenagem aos mortos ao serviço da Paz realizada contou com a execução do Toque de Silêncio e do Toque de Homenagem aos Mortos, uma prece pelo Coronel Capelão Leonel Marques de Castro, o Toque de Alvorada e a deposição das coroas de flores representativas das altas entidades da Defesa Nacional, militares e forças de segurança, Junta de Freguesia de Belém, LC e demais Associações de militares e Antigos Combatentes presentes.
Após a cerimónia, decorreu a inauguração de duas exposições no Museu do Combatente, subordinadas aos temas «Mulheres de Moçambique», da autoria de Maria Condeço, e «Retrospetiva» de Isabel Martins.
A finalizar este dia comemorativo, durante a tarde, decorreu a Tertúlia «Afeganistão – Testemunhos da presença das Forças Nacionais Destacadas Portuguesas», com a participação especial do Major-general Luís Monsanto e do Coronel Paulo Roxo, dois militares que serviram Portugal no Afeganistão e que contaram a sua experiência neste teatro de operações.