O Núcleo de Torres Vedras da Liga dos Combatentes (LC) comemorou em 1 de junho o seu 99.º aniversário e, em simultâneo, o 23.º da inauguração do memorial às dezenas de soldados torrienses mortos no Ultramar. Na cerimónia, presidida pelo Secretário-geral da Liga, coronel Faustino Lucas Hilário, acompanhado pelo anfitrião, Tenente-coronel Manuel Vilhena, presidente da Direção do Núcleo local, foram recordados e homenageados os mais de cinquenta jovens militares torrienses que pereceram nas guerras do Ultramar.
Antigos combatentes, familiares e demais presentes associaram-se à cerimónia, conjuntamente prestando-se em homenagear os entes queridos, camaradas ou amigos falecidos. Nesta evocação solene, concedeu a sua presença o vereador Nelson Aniceto em representação da presidente e da edilidade de Torres Vedras, bem como presidentes ou representantes de juntas de freguesia, da Escola das Armas, da Escola de Sargentos do Exército, presidentes dos Núcleos da LC da Batalha, Caldas da Rainha, Mafra, Peniche, Rio Maior e Vila Franca de Xira com os respetivos guiões e porta-guiões, acompanhados dos congéneres do núcleo anfitrião e da sua Delegação na Lourinhã.

Familiares de soldados tombados em África, depositaram flores sobre o pedestal, seguindo-se o Núcleo torriense com o aporte e colocação de uma coroa de flores por dois antigos Combatentes oriundos do concelho da Lourinhã e de Torres Vedras na base do monumento. As diversas entidades presentes deslocaram-se até ao memorial onde renderam homenagem dedicando um minuto de silêncio e ouvindo de seguida o hino aos mortos. Passou então a cerimónia à fase de imposição de medalhas, onde ao ex-furriel DFA Pedro Manuel dos Reis Franco, pelas mãos do Secretário-geral da LC, foi imposta a medalha dos feridos em combate, a que se sucedeu a medalha comemorativa das campanhas, atribuídas a Combatentes dos municípios de Torres Vedras e Lourinhã, nomeadamente: José Luís Gomes Gigante com a legenda Angola 1967-1970, Luís Alberto Gomes dos Santos com a legenda Moçambique 1966-1968, António Manuel Bernardes Francisco com a legenda Guiné 1974, Vítor João Mota Miguel com a legenda Angola 1969-1972 e José Joaquim Gomes com a legenda Moçambique 1973-1974.

Foi também condecorado com a medalha de bons serviços, o Vice-presidente do Núcleo, Capitão António Manuel Dias Rodrigues, o qual pelos seus mais de quinze anos de dedicação à causa Combatente, foi-lhe atribuído igualmente o diploma de membro de honra da LC.
Houve ainda oportunidade para pôr em prática uma iniciativa da LC que visa incentivar o associativismo entre as comunidades, em particular junto da juventude, como um garante para acautelar o futuro e que é titulada por passagem de testemunho “Dos Avós aos Netos”. Neste âmbito foi admitida como sócia extraordinária, a adolescente, neta de um antigo Combatente, Ana Wiza Nunes Barata Costa, com a entrega pelo Secretário-geral da LC, do cartão de Sócio, o pin de lapela e Diploma de Compromisso de Honra.
Como notas de encerramento das cerimónias, o Secretário-geral da LC na sua intervenção, fez enfaticamente o agradecimento a todos os que compareceram, às entidades presentes ou representadas, a cada Núcleo participante, à edilidade local pelo seu apoio continuado ao Núcleo torriense, tecendo elogios ao trabalho por este desenvolvido e deixando um especial tributo à ação da mulher, como mãe ou esposa dos antigos Combatentes, pelo seu inestimável e indefetível apoio familiar de retaguarda, seu garante como suporte físico e espiritual, elevando-as a “heroínas de Portugal” e culminando a sua intervenção com uma mensagem de esperança e o apelo a se associarem à LC os novos Combatentes das missões de paz assim como os jovens e outros como sócios-apoiantes.
O vereador municipal na sua intervenção, retomou a palavra “esperança” do interveniente anterior, fazendo a conexão e salientando que ele próprio foi proponente a Sócio da LC, de cujo Núcleo é sócio há alguns anos e que vê com apreço o crescimento em número de sócios locais e a cujo núcleo foram cedidas recentemente (por comodato) novas instalações no território do município, agora mais desafogadas e de fácil acesso em temos de mobilidade, cujos apoios a associação poderá continuar a contar com a edilidade, não sendo por isso a palavra “esperança” uma palavra vã.
Com o toque do hino da LC ficaram concluídas as cerimónias, ficando já lançadas para o próximo ano as do centenário, com uma carga naturalmente superior no seu simbolismo.
No CASRuna (Centro de Apoio Social de Runa), teve lugar o habitual almoço-convívio com mais de uma centena de convivas, um epílogo naturalmente gratificante para todos os participantes. Fotografias: Pedro Franco