Resenha Histórica

Após a Primeira Guerra Mundial os combatentes, animados por um são espírito de fraternidade, sentem o imperativo de se associar para defenderem os seus interesses e ajudarem os inválidos de guerra, as viúvas e os órfãos. Surge João Jayme de Faria Affonso, espírito empreendedor e decidido, que resolve meter ombros a esta árdua tarefa e, por fins de 1919, dá os primeiros passos no sentido de criar a associação dos combatentes. Esta primeira tentativa não é coroada de êxito. O desalento, a falta de coesão e solidariedade que se notava na Nação, tinham também contagiado os homens da guerra, e o intento de Faria Affonso foi malogrado. Mas este homem persistente e obstinado nas suas resoluções não desiste.
Em 1921 Faria Affonso renova os seus propósitos, agora ainda com mais coragem e mais esperança no triunfo. Agrega a si o então 1.º tenente Horácio Faria Pereira, aproveitando as suas altas qualidades de inteligência e trabalho e, também, a persistência do tenente Joaquim de Figueiredo Ministro. Constituem-se em comissão, com o apoio entusiástico dos bravos tenentes-coronéis Ferreira do Amaral e Francisco Aragão. Faria Affonso propõe as bases dos Estatutos, que Faria Pereira desenvolve em articulado, e que depois submetem à apreciação de vários combatentes. Em 1923 realizou-se uma reunião magna de onde saíram os primeiros corpos diretivos. Em 29 de Janeiro de 1924, pela Portaria n.º 3888, é oficializada a Liga com o nome Liga dos Combatentes da Grande Guerra. Em 16 de Março de 1929 é aprovado o Estandarte da LIGA e autorizado o seu uso em atos oficiais. Hoje, a Liga dos Combatentes é considerada uma Instituição de Utilidade Pública, Instituição particular de assistência e pessoa coletiva de utilidade pública administrativa e Pessoa coletiva de utilidade administrativa geral.

LOUVOR

Ao longo dos 101 anos da sua existência, a Liga dos Combatentes tem, como instituição de Utilidade Pública Administrativa, sem fins lucrativos, de ideal patriótico e de carácter social, desenvolvido as suas atividades de forma exemplar, extraordinária e muito distinta ao serviço de Portugal. Porque tem fomentado, em permanência e em qualquer tempo e circunstâncias a exaltação do amor à Pátria e a divulgação, em especial entre os jovens, do significado dos Símbolos Nacionais, bem como a defesa intransigente dos valores morais e históricos de Portugal, tem na mesma linha de atuação assegurado a proteção e auxílio mútuo e a defesa dos legítimos interesses espirituais, morais e materiais dos seus membros.
Síntese dos Serviços prestados a Portugal pelos elementos que a compõem e dos feitos heroicos praticados pela maioria dos seus membros ao longo de todo o Século XX português, em tempo de conflito ou de Paz, a Liga dos Combatentes tem-se perfilado como uma Instituição cujos relevantes serviços prestados ao País merecem o respeito e a gratidão dos portugueses. Na sequência da sua permanente preocupação em Honrar os Mortos por Portugal e dignificar os vivos que se bateram ao seu serviço, com risco da própria vida, a Liga dos Combatentes tem, com êxito, promovido a cultura, o ensino, o trabalho e a solidariedade social em benefício geral do País e dos seus membros.
É assim ato da maior e elementar justiça considerar os serviços prestados ao País pela Liga dos Combatentes ao longo dos seus 82 anos, quer em tempo de Paz quer de campanha, como extraordinários, muito relevantes e distintíssimos.
07 de Outubro de 2005
O Presidente da República, Jorge Sampaio

IMPOSIÇÃO DA MEDALHA DE OURO DE SERVIÇOS DISTINTOS

O Presidente da República faz saber que por decreto de 05 de novembro de 2013 e nos termos do artigo 33.º do Regulamento da Medalha Militar e das Medalhas Comemorativas das Forças Armadas de 27 de Dezembro de 2002 concedeu à Liga dos Combatentes a Medalha de Ouro de Serviços Distintos. Como tal poderá a mesma usar as respetivas insígnias e usufruir as honras e regalias inerentes à distinção conferida.
Palácio de Belém em 22 de novembro de 2013
O Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva

CONDECORAÇÕES DA LIGA DOS COMBATENTES

– Comenda da Ordem Militar da Torre e Espada de Valor, Lealdade e Mérito (duas)
– Cruz de Guerra de 1ª Classe
– Medalha de Ouro de Serviços Distintos (duas)
– Membro Honorário da Ordem do Infante D. Henrique
– Comenda da Ordem de Benemerência
– Placa de Honra da Cruz Vermelha
– Membro Honorífico da Ordem do Mérito