A Liga dos Combatentes assinalou, em 29 de maio passado, o Dia Internacional dos Capacetes Azuis das Nações Unidas e também de outras Operações de Paz, numa cerimónia realizada no Forte do Bom Sucesso, em Belém. A evocação desta data constou de uma cerimónia militar com execução de toques aos militares da “ONU” e da deposição de duas coroas de flores (uma junto à lápide onde estão inscritos os nomes dos Capacetes Azuis e dos que integraram outras Operações Humanitárias, que Tombaram ao serviço da Paz, e outra junto ao Memorial aos Combatentes do Ultramar), seguida da realização de um colóquio com a participação de representantes das Forças Armadas, das Forças de Segurança e público em geral.
A conferência decorreu na Sala Aljubarrota, do Museu do Combatente, perante vasta audiência, tendo procedido à sua abertura o General Chito Rodrigues que, na sua qualidade de Presidente da Instituição anfitriã, começou por referir que esta iniciativa, promovida pela LC, era apoiada ao mais alto nível, nomeadamente, pelo MDN, CEMGFA, Chefes dos três Ramos das Forças Armadas e Forças de Segurança que, por motivos de agenda, os seus titulares não se encontravam presentes, fazendo-se, todavia, representar dignamente. No âmbito da FMAC, Federação Mundial dos Antigos Combatentes, organização da qual a LC faz parte, que reúne uma centena e meia de países e inserindo-se no Programa Estruturante Passagem do Testemunho, decidiu a Liga dos Combatentes, assinalar esta data para homenagear os homens e mulheres que, integrando as Forças Nacionais Destacadas, ao serviço das Nações Unidas, tentam promover a Paz e desenvolver ações Humanitárias, nos diferentes países em que têm estado presentes. Terminou a sua intervenção com a declamação de um poema intitulado “Voluntário”, de sua autoria, escrito em 1996, que exprime as vivências e peripécias que rodearam a partida do primeiro Batalhão para a Bósnia.
O Tenente-general Antunes Calçada, na dupla qualidade de representante do CEME e conferencista convidado, começou por fazer uma resenha histórica dos objetivos perseguidos pela ONU, no caminho da Paz, referindo que, atualmente estão em curso 16 Operações de Apoio à Paz, enfatizando a sua importância e reconhecimento com a atribuição, em 1988, do Prémio Nobel da Paz aos Capacetes Azuis. Terminou a sua alocução realçando as características dos portugueses para ajudar os outros, destacando essa qualidade como contributo essencial para que Portugal se possa orgulhar da nossa participação em todas as Operações em que tem estado envolvido.
Seguiu-se o Tenente-coronel Jorge Barradas, como segundo palestrante, representando a GNR, para abordar a sua experiência como comandante das várias Forças Nacionais Destacadas, em que participou, afirmando que a GNR, vem dando o seu contributo, para este tipo de operações desde 1995, em 24 missões diferentes, destacando os três principais cenários em que esteve presente: Timor, Iraque e Bósnia. Nestes vinte e dois anos o efetivo da GNR totalizou três mil homens ao serviço das Operações de Paz e Humanitárias, nas quais alguns perderam a vida e cujos nomes figuram no Memorial existente junto ao Monumento aos Combatentes do Ultramar.
O terceiro e último conferencista foi o Superintendente Luís Carrilho, representante da PSP, que nessa qualidade dissertou sobre a participação desta força de segurança nas várias missões em que esteve envolvida. Começou por historiar as circunstâncias que estiveram na origem da presença de forças da PSP, nas diferentes Operações de Apoio à Paz, referindo a sua experiência pessoal, realçando também a componente política atribuída à missão da Policia no âmbito das diferentes vertentes que constituem as Missões de Paz. A presença da PSP tem-se verificado em vários países dos quatro continentes tendo, todavia, sido mais notória no Leste Europeu e na Bósnia Herzegovina. Referiu os critérios de seleção rigorosa a que está sujeito o recrutamento dos membros da PSP candidatos a integrarem as Operações de apoio à Paz, para terminar, afirmando o quanto se sentia honrado pelo convite para estar presente, agradecendo e elogiando a Liga dos Combatentes por ter tomado tão feliz iniciativa.
Encerrou a sessão o General Chito Rodrigues agradecendo a presença de todos e o excelente contributo dos palestrantes pela forma clara e eficiente como expuseram as suas apresentações. Declarando existir na Sala Aljubarrota uma exposição fotográfica, alusiva às várias Missões de Paz, que ocorreram desde 2003, frisando que a Liga dos Combatentes, tinha como grandes objetivos, em matéria expositiva, organizar três exposições permanentes que abrangessem a Grande Guerra, a Guerra do Ultramar e as Missões de Paz. A Liga dos Combatentes como Instituição perene orgulha-se de ter nos seus Núcleos mais de 50% de dirigentes que participaram nas Operações de Apoio à Paz, sendo sua convicção que o dia 29 de maio irá ser assinalado cada vez com mais dignidade. Esta data evocativa foi encerrada com um Porto de Honra, proporcionando aos participantes um amplo e franco convívio.

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